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O negro gato da literária branca: história e legado de Lima Barreto

No dia 13 de maio de 1881, há 141 anos, nasceu Afonso Henriques de Lima Barreto, mais conhecido por Lima Barreto. Escritor, jornalista e livre pensador. Redigiu livros, nos estilos romance, sátira, contos e crônicas, além de ter redigido artigos importantes. São bastantes conhecidas as obras "Bruzundangas" (póstuma), "Triste fim de Polycarpo Quaresma", "O homem que sabia Javanês". Seus escritos perpassavam temáticas políticas e sociais, a opressão, o capitalismo, o patronato, o Estado, a colonialidade, enfim. As mazelas que sempre rondaram os céus de, diga-se de passagem, Pindorama. Foi um homem de crítica e coerência.


Barreto recebeu duras críticas pelo seu estilo, e dirá alguns que por trás das críticas havia certo preconceito e segregação. LB era preto, pobre e anarquista. Ao mesmo tempo, de certa forma, seu talento foi reconhecido, por alguns outros intelectuais da época, como é o caso de Monteiro Lobato, e os próprios modernistas que foram influenciados pela linguagem de Barreto.


Aos trancos e barrancos, sua obra vem sendo exaltada e discutida, embora pouco conhecida ainda. Barreto foi um exímio escritor, está no "holl" dos grandes literatos desse país. Outro aspecto da sua vida que chama atenção é a sua fervorosa participação no movimento anarquista, libertário. Desde sua juventude é reconhecida sua participação no Sindicalismo Revolucionário, apoiou a greve de 1917, a Insurreição Popular do Rio de Janeiro de 1918, inclusive a Revolução Russa, de 1917. Além disso, foi amigos dos anarquistas José Oiticica, Edgard Leuenroth, entre outros.


Escreveu um artigo para o primeiro número da "Voz do Trabalhador", organizado pela COB (Confederação Operária Brasileira). Além de publicar em jornais anarquistas e sindicalistas. Em 1917, escreveu um importante artigo chamado "Sobre a carestia", em que crítica o mundo capitalista e a ideia de Estado, defendo inclusive o uso da violência pelos oprimidos em nome da emancipação do povo.


O Coletivo Autônomo Lima Barreto (@lutafobrn) carrega seu nome como singela e justa homenagem. LB foi vítima, assim como todos os trabalhadores e marginalizados, do mundo opressor e excludente burguês. Sua postura combativa e socialista lhe custou muito, o levando ao apagamento histórico, prática bem comum sobre aqueles que lutam pela revolução popular. Pois, não deixemos morrer seu legado! Viva, Barreto!


Lima Barreto,

PRESENTE!



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