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AÇÃO DIRETA E "ESCRACHO"

Na data de 17/10, o Coletivo Autônomo Lima Barreto (CALB), e toda uma coletividade de estudantes independentes, se organizaram, fazendo uso de sua autonomia política e articularam uma ação direta de "escracho" a um sujeito que agrediu uma pessoa trans (na noite de 10/10), a partir da tentativa deste de defender a equivalência intelectual entre bolsonaristas e esquerdistas, termos e comparações feitos pelo próprio agressor. E para afirmar sua superioridade, usou de força física contra uma pessoa indefesa, indefesa pois surpreendida por tamanha incivilidade. A ação consistiu na exposição de cartazes com o rosto do agressor e descrição do ocorrido no corredor central do Setor de Aulas Teóricas II e bloco "F" do mesmo, onde ministra-se as aulas do curso de Filosofia (o qual os envolvidos no relato estudam), assim como de uma intervenção em sala de aula na turma e mesma disciplina do ocorrido, a qual teve recepção positiva pelas pessoas ali presentes e mesmo o professor, que fez questão de, em sua fala, atentar que apesar das medidas administrativas estarem sendo tomadas, a posição da comunidade acadêmica de forma evidente e alinhando na não aceitação total do gesto, era mais do que positiva como fundamental.


Infelizmente nem todas as pessoas assim entendem e alguns elementos do próprio curso propagaram uma notícia falsa de quê o que àquela coletividade estava fazendo era organizar um linchamento ao agressor, algo que não tem como ser sustentado por não haver registro de diálogos dessa natureza e intuito em nenhum espaço de articulação da ação direta de escracho, seja este espaço virtual ou presencial.



Depois das intervenções, uma pessoa, que compõe a atual gestão do CAFIL, Lélia Gonzalez (nome da gestão) saiu arrancando os cartazes espalhados e provocando as pessoas que a questionavam acerca do motivo daquela atitude, ela apenas insistiu em arrancar, perguntando às pessoas se iriam socá-la por isso.


Após uma maior adesão à ação direta de escracho, pelo envolvimento das pessoas que estavam no corredor e esta pessoa ir embora, mais cartazes foram espalhados.


O CALB vêm alertando, há mais de um ano, da insuficiência do processo eleitoral para eliminar as práticas fascistas do cotidiano, e se ponderamos que os fatos narrados se deram nas dependências da UFRN, uma das melhores universidades do mundo (conforme o Times Higher Education World University Rankings 2023), qual não será nossa tarefa cotidiana, senão mostrar determinação e inflexibilidade diante de práticas fascistas? Antes de existir enquanto curso, departamento, ou mesmo centro acadêmico, o ambiente da filosofia é uma comunidade de pessoas que tem o dever ético de demonstrar cuidado e solidariedade com os seus, ao invés de se contentar com palavras falsamente caridosas e buscar terceirizar sua responsabilidade para burocracias jurídicas cuja morosidade é já conhecida. Enquanto a palavra não acompanhar a ação, estaremos presos num presente de cinismo generalizado.


Faze-se urgente a organização de Comitês Antifascistas, de organizações de base e populares, que, a partir de projetos comunitários autogestionados, devolvam o bom senso comunitário e nos empondere, em números e práticas, para a auto-defesa como uma alternativa real e concreta à violência física e imagética do fascismo.


Só o povo salva o povo!


Avante as pessoas de luta.


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